Poesia: O sentimento em palavras.
Desde o início do desenvolvimento da civilização o ser humano vem
criando várias formas de se expressar. De marcações com pedras, passando
por pinturas rupestres até a mais sublime das músicas. E nesse
desenvolvimento contínuo nem sempre o que para um é belo para o outro
vai ser. O que deve ser considerado cultura para um grupo, para outro
grupo pode ser apenas representações grotescas e ofensivas.
Sinceramente, mesmo indo contra alguns que se acham os donos da verdade
de toda uma sociedade, e para a maioria atos ditos “artísticos” são
ofensas e algumas vezes até pornográficos, mas vamos deixar de lado a
parte política e tratar da arte.
De todas as possibilidades que existem e que podem se dizer arte as
poesias e poemas são as mais difíceis de serem analisadas, pois como me
disse um professor no meu antigo primeiro grau, hoje Ensino Fundamental,
esses tipos de escritos são expressões de sentimentos, e por mais que
tentemos nunca poderemos capturar tudo o que levou o autor que
compartilhou de seus sentimentos em seus escritos, podemos no máximo ter
uma breve noção, mesmo comovidos e tocados pela essência das palavras
expostas por um poeta ou poetisa. Por mais que nos levem às lágrimas
podem ser apenas uma fração do que os autores passaram ou o que sentiram
para os levarem a escrever. Mesmo com toda a dificuldade continuarei a
me deliciar com belos textos, e a apreciar essa arte em palavras. E para
exemplificar compartilharei um texto que me tocou muito, muito belo, e
mesmo que esse amigo não tenha tido a intensão desse texto ser visto
como poesia, foi o que aos meus olhos suas palavras pareceram. Espero
que gostem.
EU VI!
(Autor: SÉRGIO PRATA.’. – 12:27h de 03/04/2017)
Enclausurado em minha solidão voluntária,
Meus olhos, do nada, derramavam lágrimas.
Talvez, pensava eu, pelo cansaço da claridade da tela do monitor do meu computador,
Mas a situação foi se agravando, e mesmo em ambientes menos claros eles continuavam lacrimejando.
Envelheci, o mundo envelheceu e eu perdi a toda a força da minha juventude,
Aquela que me permitia embalar meus sonhos,
Embora muitos tenham sido desfeitos ainda em meio suas formações,
Por precaução, razão ou obra do destino.
Alguns eu sonhava até ontem, e eu não sei mais quando foi o ontem,
Muito menos quando todos os meus sonhos foram desfeitos e eu ainda não havia percebido.
Tolo eu! Pensei que estava cuidando de um jardim que pudesse alegrar meu futuro com suas flores,
E cuidando de um pomar onde eu pudesse me refestelar dos seus frutos,
Mas de repente me deparei com as ervas daninhas,
Aquelas mesmas que insistiam em surgir em meio as minhas perdas e derrotas,
Nos momentos em que as coisas não saiam como o planejado,
Mas eu insistia em removê-las e tentar novamente.
Ontem eu me vi no espelho, e dessa vez ele cruelmente refletiu a minha vida.
Olhos sem brilho, alma vazia e um deserto de sentimentos.
Busquei na memória e não encontrei a alegria no olhar da minha mulher,
Não ouvi suas palavras de estímulo e percebi que não reverbera mais nos meus ouvidos
Os momentos de felicidade dos meus filhos, quando ainda eram pequenos.
Não senti a presença dos abraços apertados dos meus pais me reconfortando
E não me vi correndo em busca de socorro dos meus sogros, dos meus irmãos e dos meus amigos.
Por fim eu vi, vi sim! Eu vi o começo do fim,
Mas eu hei de encontrar forças e vou em busca de um novo recomeço.
Vou sonhar novamente, vou sorrir novamente
E os meus olhos hão de voltar a brilhar!
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