O cinema das antigas: Stop-Motion



Terça, 23 de outubro, 23h59min. Hora em que começo a batucar meu teclado para tentar falar de uma coisa que une filmes como “Wallace e Gromit”, “Fúria de Titãs” e “King Kong” em sua versão original. Bichos grandes? Animais esquisitos? (Uma galinha pode ser bem esquisita, afinal, tem asas e não voa, e já foi chamada de vaca de penas). NÃO! O que une estes filmes é uma técnica chamada Animação em Stop-Motion, ou Claymation, ou qualquer um dos nomes que existam. A técnica consiste em utilizar-se de modelos reais (ou surreais, como preferirem) e animá-los, através da manipulação destes, para se dar a aparência de movimento. Se faz isso se fotografando cada objeto em um movimento diferente no mínimo 24 vezes (os tais 24 quadros por segundo), para se dar a impressão de movimento, depois juntando-se as fotografias em acetato ou mesmo no computador, no caso das animações mais modernas, caso da técnica Claymation. Já que falamos dela, o material mais utilizado é a plasticina, ou massa de modelar, como no caso dos filmes “Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais”, "A Noiva Cadáver" e da série "Pingú". Já a animação em Stop-Motion caiu em desuso, sendo muitíssimo pouco utilizada, mas no passado ela era o que mais real havia, numa época em que os computadores somente existiam na tela do cinema como em "Jornada nas Estrelas" (esqueçam o videocassete, DVD nem se fala!). Há pelo menos 25 anos o Stop-Motion era a grande técnica para animação de monstros, sendo utilizada desde a década de 1930, com o clássico de 1933 "King Kong". Na época de seu lançamento, o filme era assombroso, e pessoas muitas vezes saiam assustadas com o realismo. Óbvio, hoje, com o avanço das IGC (Imagens Geradas por Computador), como no caso da nova versão de "King Kong", onde o realismo impera, a comparação seria esdrúxula. Mas falemos da coisa feita no braço, como no Stop-Motion. Dois homens deixaram seus nomes na história do cinema por levarem essa técnica à perfeição, são eles o húngaro-americano George Pál, com, por exemplo, o clássico "As 7 Faces do Dr. Lao" e o norte-americano Ray Harryhausen, este sim levando a técnica aos seus limites, com filmes como "Simbad e o Olho do Tigre", "Fúria de Titãs", "Simbad e a Princesa" e "Jasão e o Velo de Ouro”, filmes que nos trazem a verdadeira sensação de movimento, como a cena de “Jasão e o Velo de Ouro” em que os esqueletos animados lutam com os atores, cena que utilizou além da técnica do Stop-Motion a técnica do Cromaqui, ou se preferirem o estrangeirismo, o Chroma-Key, cenas filmadas em fundo azul ou verde, e depois coladas em acetato ou como nos dias de hoje, em computador. Para quem quer se aventurar a descobrir as dificuldades do cinema de fantasia e ficção de antigamente, assistam a um destes filmes e lembrem-se, cada segundo de animação consome 24 movimentos, imaginem então o trabalho hercúleo de se fazer um filme destes, que eram de uma hora e meia a 2 horas.

Um Abraço!


PS: Pra quem quiser um exemplo, dêem uma olhada nesse vídeo, de todos os monstros de Ray Harryhausen:


Comentários

  1. Stop-Motion me fascina até hoje, tem dias que passo horas assistindo videos no youtube.
    É um trabalho penoso, mas muito bonito.
    Belo post ElWoOdBlUeS.

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  2. É surpeendente o que faziam com tão poucos recursos... mas mesmo com a tecnologia de hoje ainda vemos bons filmes em stop-motion, graça ao trabalho penoso e genioso de alguns como Nick Parker.
    Gostaria de saber como posso receber um convite pra wntrar nesse fórum de vcs?

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  3. É uma tecnica antiga porem, facinante. Parabens pelo destaque.

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  4. ElwoodBlues, estou começando um site de tutoriais de After Effects e notícias da área de CGI e produção de vídeo. Gostei muito do texto e gostaria de postar lá. Por favor, entre em contato comigo por e-mail. ivan arroba enzimage ponto com.

    Um abraço
    Ivan

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